2004-12-21

 

O “COMBATE”: SANTANA CONTRA O MUNDO (actualizado)

Santana Lopes já estava dentro do avião, esticava as pernas preparando-se para descansar e organizar, durante a viagem, o discurso que faria nessa mesma noite na homenagem ao FCP (não o do evento mas o de explicações a Rui Rio), quando um assessor se apressa a dar-lhe a má noticia: O mundo continuava na sua infrene luta contra o senhor primeiro-ministro de Portugal.
Ante tão estupenda constatação, Santana sentiu o dever de enfrentar este temível inimigo e logo ali adiou a tão ansiada jornada ao Norte.
Já em São Bento na presença de Bagão Félix, pediu explicações. Queria saber por que razão o Mundo não tinha acatado a ordem que ele próprio tinha dado em directo e ao vivo durante o Congresso do PSD. Pois não tinha sido claro ao declarar que a crise tinha passado, que a retoma estava aí? Na expectativa de uma resposta, sentou-se cuidadosamente (para não magoar as costas ainda doridas de tantas facadas).
Bagão ainda balbuciou uma resposta técnica tentando explicar que o Mundo tem ultimamente andado um pouco distraído, mas Santana estava possuído pela vertigem do “combate”, não podia aceitar mais este dasaforo.
Antecipava-se o cheiro a pólvora quando o quadro ganhou contornos mais dramáticos: em cima da sua secretária acabava de pousar um papel com o temível timbre do Eurostat. Os de Bruxelas, diziam sucintamente, que gostavam muito de ser enganados mas teria de ser com estílo e imaginação, o “governo” de Portugal - diziam os mesmos senhores - teve imaginação, mas não teve estílo nem saber.
A coisa ganhava forma de perseguição.
Sem hesitar um segundo, o “Pedro” escreveu, pelo seu próprio punho, a comunicação ao país: Não posso mais lutar contra o Mundo sózinho, tenho o corpo dorido do combate, preciso da vossa ajuda, não é preciso que seja absoluta!

P.S. Esta tarde, à hora do almoço, o Primeiro-Ministro e o Ministro das Finanças "falaram" ao país. Há muito que não via algo tão rídiculo, a dado passo senti pena daqueles dois personagens e desejei que a sua intervençao acabasse rapidamente. Não há dúvida, com estes "governantes" não é preciso fazer oposição, eles próprios se encarregam dessa tarefa!

Comentários:
Este Pedro tem-nos descoroçoado. Quem se lembra dele, no tempo dos discursos arrebatados, no Congresso do Coliseu, em 1995, se não erro. Parecia o Marlon Brando, a fazer de Marco António, naquele célebre filme clássico, a preto e branco, discursando para a multidão enlevada na força plástica do seu caloroso verbo. Tanto talento já esbanjou este predestinado dos Deuses. Desde concursante na SIC para Primeiro-Ministro fictício, passando por dirigente e comentador desportivo e político também, com o seu replicante adversário Sócrates, novamente seu contendor, já de tudo esta alma fez, sempre arrastando multidões. Terá finalmente soado a sua hora crepuscular ? Ou tratar-se-á de uma Fénix, capaz de renascer das suas próprias cinzas, como a da Mitologia ?
 
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