2004-11-26

 

A FORÇA DO HÁBITO

RECLAMAR PARA MELHORAR
O que poderá levar o dono de um restaurante a brindar os seus estimados clientes com um ensurdecedor concerto de talheres em plena hora do almoço? A resposta surge pela boca do próprio: a força do hábito, forma de expressão muitas vezes embrulhada na afirmação clássica “sempre fiz assim”. Atendendo à provecta idade do “artista” (especialista no lançamento ruidoso de garfos, facas e talheres) só podemos concluir que a sua clientela há anos que é brindada com o metálico som, capaz de fazer ranger os dentes ao mais duro de ouvido. Seguramente, conseguiu fazer uma carreira tão longa porque ninguém lhe terá alguma vez dito que não gostava de ser incomodado daquela maneira, ou seja, ninguém reclamou.
É, muito típico da nossa forma de agir, entender a reclamação como uma descortesia ou mesmo uma agressão, sofremos como consumidores em silêncio.
A reclamação deveria ser instituída como uma obrigação cívica. Como o contributo de cada um de nós, enquanto consumidores, para tentar melhorar os produtos, práticas e serviços das empresas portuguesas (grandes, pequenas e muito pequenas).
Digo-o como autocrítica, pois nesse restaurante foi um amigo meu, não eu, quem garantiu o sossego de todos os comensais, mas prometo que vou começar a contribuir!

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