2004-11-27

 

O APELO DE CAVACO (II)

Aníbal Cavaco Silva tem registado uma inusitada frequência de intervenções públicas. Evitando a leitura de jogos políticos menores, parece-me que as últimas têm sido motivadas por uma inquietação sincera, de resto, enunciada no artigo que publicou hoje no Expresso.
Estamos perante uma clara degenerescência da qualidade dos nossos líderes políticos, este processo, se não for invertido, implicará um progressivo afastamento da população e a maior fragilização do Poder público às influências dos interesses. Uma descredibilização perversa e incontornável criando um hiato que poderá vir a ser ocupado por outras formas menos claras de domínio do poder público.
Tem razão Cavaco quando convoca as elites profissionais e culturais para a arena. Não é mais possível observar tudo isto com a distância pedante de um Nero olhando o incêndio de Roma. Este incêndio diz-nos respeito, é a nossa sociedade que está a ser consumida em lume brando. Quem acredita na Meritocracia não pode assistir a esta desgraça com desdém. Como já aqui referi num “post” anterior, temos o direito (e o dever) de exigir o Governo dos nossos melhores, venham eles!

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