2004-11-25

 

A WALMARTIZAÇÃO

A Wal-Mart é uma companhia norte-americana de supermercados presente em 12 países. É também a maior empresa do mundo. A sua facturação é superior ao Produto Nacional Bruto de vários países (só na Europa é maior do que o PNB da Dinamarca, Grécia, Finlândia e Portugal, por exemplo). A Wal-Mart continua a crescer, prevendo-se que as suas actividades internacionais sejam responsáveis por um substancial acréscimo do seu volume de vendas, já de si impressionante.
Uma edição recente do Wall Street Journal (18 novembro, p. M4) dava conta da sua influência na Economia do globo. Indicava, por exemplo, que a Wal-Mart representa cerca de 10% do total das exportações da China, sendo o 8º maior parceiro comercial daquele país, à frente da Rússia e da Inglaterra. Como a WM se limita a comprar, contribui, sozinha, para agravar o deficit comercial nas relações entre os Estados Unidos e a China.
Temos assim uma organização com um peso muito superior a diversos países importantes, com capacidade para influenciar a Economia Mundial, detentora de um poder imenso, sem qualquer escrutínio público.
É assustador.
Para quem, como eu, acredita na Economia de Mercado, estes fenómenos encerram em si a destruição a prazo daquilo que mais prezamos: a liberdade de escolha. Não sendo entidades de beneficência, utilizarão todo o seu poder em proveito próprio limitando a concorrência.
O surgimento e consequente crescimento destas empresas dir-se-á inevitável. Haverá quem diga que o Mercado terá mecanismos para corrigir quaisquer anomalias. O problema é que estamos a defrontar uma nova realidade de mega-empresas.A verdade é que a política mundial não tem sabido acompanhar estes fenómenos. Entidades como a OMC não têm dimensão, nem poder para criar um sistema de pesos e contrapesos. Sem entidades públicas de dimensão mundial, com poder suficiente para controlar estas mega-empresas, receio que estas ocupem, lentamente, o espaço do domínio do público e da política, o que é uma tentação perigosa.

Comentários:
e já agora uma policia para o mundo das empresas, não??! tem juizo
 
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