2004-11-23

 

WASHINGTON QUER REFORMAS ECONÓMICAS NA EUROPA

Poderia ser uma notícia do “Inimigo Público”, mas foi o título escolhido para um artigo de opinião assinado por Bowman Cutter, Paula Stern e Peter Rashish, publicado na edição de 22 Novembro do “Financial Times”.
Começando por uma lúcida análise sobre as pressões colocadas pelos desafios económicos, o envelhecimento populacional e suas consequências ao nível dos cuidados de saúde, desemprego e esquemas de pensões, depressa deixam perceber ao que vêm.
Ante tão desanimador quadro, os autores sublinham as diferenças existentes nos dois lados do Atlântico, pois nos Estados Unidos, há uma expressão desconhecida (e bem, no seu entender): Estado Providência.
Sem o referirem expressamente, lá vão deixando a aterradora ameaça de que a administração do senhor Bush está a avaliar a Europa, e no limite poderá optar por estabelecer relações mais próximas com a China e Índia (e quem sabe, mesmo com o Brasil e África do Sul) se não forem alteradas essas extravagâncias europeias a que chamam (a simples menção do nome deve queimar-lhes os lábios) Estado Providência. Os Estados Unidos, estarão pois, a aguardar as reformas que consideram urgentes na Europa.
Pois muito bem, lá na Casa Branca a equipa de Bush terá estudado o sistema de protecção social na velha Europa e ter-lhe-á parecido mal. Só lhes fica bem estudar outras realidades, é enriquecedor e, certamente esclarecedor. Agora, já me parece pouco aceitável, que nos chegue o “perfume” dos Neoclássicos nas páginas cor de rosa do FT com cheiro a chantagem. Talvez fosse mais interessante para os articulistas começar por analisar como pode uma sociedade enfrentar os desafios que tão bem identificaram sem uma protecção social moderna. Parecer-lhe-á que o novel darwinismo social constitui sinal dos novos tempos e exemplo a seguir?
É, talvez, aconselhável indicar aos senhores que ficar tanto tempo à espera em pé pode criar varizes...

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