2004-12-03

 

HÁ VIDA PARA ALÉM DO PSD (II)

Têm razão as vozes que se fazem ouvir, manifestando o desalento perante a situação a que chegámos.
Não é possivel que se construa a próxima campanha como se nada tivesse acontecido. Já aqui o referi, espero que o PS (francamente é a única alternativa possivel no curto prazo) saiba aproveitar esta oportunidade para apresentar uma proposta refundadora. Fugir à lógica dos financiamentos do partido, cobrados com juros. Saber apresentar uma campanha frugal em que o protagonista seja o projecto que apresenta, sem a encenação “hollywoodesca” para embrulhar o vazio. Evitar as “meias tintas” em discursos ocos para agradar a todos e a ninguém. Entender que o tempo não é de consensos moles, mas da moralização e da (re)construção do regime.
Bem sei que poderá parecer ingénuo, mas francamente penso que as jogadas de rins, a concepção de “cenários” (por parte da rapaziada discipula de Marcelo Rebelo de Sousa criador desta escola) como fim último da política e dos políticos, o negro e incontrolável “financiamento dos partidos”, a ignorância, a promoção de criaturas medíocres no seio dos partidos, a utilização dos cargos políticos para projecção pessoal, o vazio de gestão, a ausência de visão e de projectos, a total cedência aos interesses, o receio de dizer não, o pânico da mudança, geraram este pântano onde estamos. Não é, infelizmente de hoje, são várias as camadas de lôdo.
Por esse motivo não é possivel ao PS limitar-se a fazer o mesmo. Aqueles que se prendem a estéreis discussões em torno da imagem do líder dos socialistas, discutem o pormenor, esquecem o essencial.
Apresentar um projecto para Portugal e cumpri-lo é esse o designio do PS. Não é sequer necessário inventar nada, os problemas estão diagnosticados, as reformas identificadas. Basta querer mudar. Não podemos aceitar a mediocridade como uma fatalidade.
Há em Portugal personalidades crediveis e conhecedoras que poderão dar corpo a esse projecto. Assim de repente, confesso que gostaria de ver, por exemplo, um homem como Medina Carreira à frente das Finanças.
Para o bem de Portugal espero que os socialistas não desapontem, não desiludam. Se o fizerem provam que não merecem ser alternativa e que fazem parte do problema, não da solução!

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