2004-12-08

 

INCONSEQUENTE

É dos livros: qualquer grupo social encontra no “inimigo externo” o melhor argumento para cerrar fileiras no seu combate. Concentrando as energias e atenções nessa entidade, esquecem-se divergências internas.
Santana Lopes pensou, “trabalhou” o assunto e logo lhe ocorreu uma boa solução: o Presidente da República eis o “inimigo externo”, sempre permite a acumulação de outra especialidade de Santana - a vitimização. Não pensando duas vezes (exercício que lamentavelmente pratica com inusitada regularidade) ensaia um primeiro ataque ao Presidente na Póvoa de Varzim, alguém lhe terá dito que a coisa, assim, soava mal. Logo corrige no dia seguinte insurgindo-se, perante a citação das suas próprias palavras pelo jornalista que o abordava.
Depois foi a vez do secretário-geral do PSD continuar a farsa. Numa correria ao disparate não poderia faltar o inefável Guilherme Silva que entende dever ser revista a constituição para diminuir os poderes do Presidente.
Santana Lopes envolveu todo o partido numa estratégia de vitimização e na luta cega contra Jorge Sampaio. Fez mal.
A “estratégia” vai explodir-lhe nas mãos. A vitimização, obviamente, não colhe. Entretanto, Jorge Sampaio fará a comunicação ao País na sexta-feira, sendo possível que Santana Lopes fique mal na fotografia. Se o presidente mantiver a serenidade deixará os sociais-democratas a falar sozinhos.
Será mais um tiro de pólvora seca, tão característico de Santana.
Haverá alguém, que um destes dias lembre a estas criaturas que o adversário político é o PS, mas Santana estará mais interessado em manter e consolidar a sua errática e inconsequente estratégia. Afinal, está a ser coerente consigo próprio e com tudo o que (não) fez até agora na sua vida política. Nada disto é novidade, o mais extraordinário é que haja quem lhe apoie a pantomina!

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