2004-12-05

 

TROCA DE PAPÉIS

Na passada quarta-feira Paulo Portas, em comunicação ao país, afirmou que o PP pretende concorrer sozinho às eleições de Fevereiro, elogiou o seu próprio partido, deixou claro que o PSD não está à altura da coligação e remeteu-se ao silêncio.
Os sociais-democratas, entretanto, todos os dias têm ocupado o espaço mediático com diversos protagonistas, afirmações muitas vezes contraditórias, insultos ao Presidente da República, recuos, reuniões do conselho nacional e, finalmente, uma ideia concreta: o PSD pretende uma coligação pré-eleitoral. Só não assumem o óbvio: estão a pedir, por favor, ao PP que faça parte dessa coligação.
Portas tem gerido de forma profissional o seu silêncio. A sua arte tem permitido que se invertam as posições. Em circunstâncias normais seria o PP a “namorar” o PSD, não o contrário. Depois de Portas ter deixado claro que a responsabilidade maior da crise política deve ser encontrada no colega da maioria, o PSD apresenta-se numa incrível posição de fraqueza.
Perante isto continua a destruição de um mito. Santana que sempre foi apresentado como alguém com uma capacidade inata para eleições, está acossado e a demonstrar, também aqui, incapacidade para gerir o processo, ante a frieza e calculismo do seu (ainda?) colega de coligação.
O mais interessante seria termos Paulo Portas a comunicar ao país que agradece, mas não está interessado.

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