2005-02-02
PENOSA QUEDA
Torna-se dificil, penoso até, encarar a imagem do (ainda) primeiro-ministro no pequeno ecrã. Vê-lo é antecipar mais uma insuportável encenação. Vê-lo, mesmo ainda antes de o ouvir, é saber que mais alguma inenarrável declaração estará prestes a ser proferida. Vê-lo é ter a noção dos limites que ultrapassámos. Vê-lo é ser confrontado com o reflexo de um Portugal que não queremos ser.
E a cada aparição Santana Lopes confirma o receio. Num arsenal inesgotável de mau gosto, gasta as palavras e o seu sentido, inverte o seu significado, constrói uma realidade sua, vive num mundo à parte. Ofende-se com a ofensa torpe que profere.
O País assiste, incrédulo, a este bailado demencial.
Santana encaminha-se para o espaço do vazio, para um buraco negro. Vai já em luta consigo próprio, em desesperos de náufrago, esbraceja, contorce-se, foge, vem à tona, agita as águas, está em dificuldade, não pode, não sabe, não aceita.
Acusa os outros (todos eles) são eles os culpados, o mundo contra si. O sonho (o seu sonho) em frangalhos, a luta, o combate, o vazio (sempre o vazio).
A sensação de vertigem da queda, perdurar custe o que custar, na aflição agarrar-se a tudo que possa assegurar mais uma oportunidade, pouco importa como. Leva consigo o partido, bem agarrado pelo braço, no espalhafato da queda.
Outras gentes virão para limpar os cacos, arrumar os haveres sobrantes da balbúrdia. Gentes que no interim da hercúlea tarefa terão, certamente, tempo para percorrer, com os olhos, a extensa galeria de responsáveis pela acção, ou omissão, que possibilitaram a projecção da criatura - que geraram o caos.
E a cada aparição Santana Lopes confirma o receio. Num arsenal inesgotável de mau gosto, gasta as palavras e o seu sentido, inverte o seu significado, constrói uma realidade sua, vive num mundo à parte. Ofende-se com a ofensa torpe que profere.
O País assiste, incrédulo, a este bailado demencial.
Santana encaminha-se para o espaço do vazio, para um buraco negro. Vai já em luta consigo próprio, em desesperos de náufrago, esbraceja, contorce-se, foge, vem à tona, agita as águas, está em dificuldade, não pode, não sabe, não aceita.
Acusa os outros (todos eles) são eles os culpados, o mundo contra si. O sonho (o seu sonho) em frangalhos, a luta, o combate, o vazio (sempre o vazio).
A sensação de vertigem da queda, perdurar custe o que custar, na aflição agarrar-se a tudo que possa assegurar mais uma oportunidade, pouco importa como. Leva consigo o partido, bem agarrado pelo braço, no espalhafato da queda.
Outras gentes virão para limpar os cacos, arrumar os haveres sobrantes da balbúrdia. Gentes que no interim da hercúlea tarefa terão, certamente, tempo para percorrer, com os olhos, a extensa galeria de responsáveis pela acção, ou omissão, que possibilitaram a projecção da criatura - que geraram o caos.
Comentários:
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Luís, é confrangedor assistir à derrocada do homem, mas esforço-me por não sentir pena dele, porque nem isso merece. A cada dia que passa, mais me convenço da ideia que tenho, há muito, sobre a razão do comportamento dele - o homem é esquizofrénico. Só isto pode explicar o absurdo do discurso dele. Se for como eu penso, então, terei pena de que não o tenham poupado a esta exposição. Se não for, então, é um mentiroso sem qualquer vestígio de pudor e, sendo assim, só posso desejar-lhe uma queda da qual nunca mais se levante para a vida política ou outra em que possa afectar-nos.
Abraço.
Abraço.
Não há ninguém em Portugal que tenha tido a capacidade de praticar uma avassaladora política de terra queimada como esta figura. O verdadeiro “anti-midas” que descreveu. Já agora sobre a não existência do quadro de valores,irei no devido tempo abordar no blogue ( embora com as devidas limitações ), convido a reler ou a ler um contemporâneo, Alasdair Macintyre.
Vitor José
Vitor José
É pena para o nosso país, o PSD estar tão fragilizado e sem orientação.Vamos ter um Governo fraco, e uma oposição pior!
Retribuo a visita com muito gosto pois fiquei a conhecer o Abnegado do qual, mais logo (agora já é um bocadinho tarde) colocarei no Puxapalavra o merecido link.
Conheço mais do que um Luís Sequeira. Será você um desses? Um abraço.
Conheço mais do que um Luís Sequeira. Será você um desses? Um abraço.
Mais penoso ainda é verificar que existem mesmo assim 30% de portugueses dispostos a votar nele. by O Belga Melga.
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