2005-08-16

 

A MESMA FATALIDADE

Por terras gregas comemora-se o primeiro aniversário da criação da mais luxuosa e cara lixeira do planeta.
Depois da cerimónia de encerramento dos jogos olímpicos, a grande maioria dos equipamentos construídos para o efeito ganha musgo e acumula detritos. Abandonados à sua inutilidade, os estádios, piscinas e pavilhões expõem mais um demencial esbanjamento.
Evidentemente, o défice local registou um convincente acréscimo, obrigando os descendentes de Sócrates a inspirados trabalhos de cortes e diminuição das despesas públicas.
Lá, como cá, sempre as “autoridades” políticas a divisar o grande feito. A senhora ministra Fanni Palli-Pétralia está especialmente orgulhosa pois entende que organizaram “os melhores e mais bem sucedidos jogos de sempre”. Pouco importa, claro, que nesse estimável exercício tenham sido gastos 13 mil milhões de euros - uma ninharia quando está em jogo essa coisa ponderosa e tremenda como o “orgulho nacional”.
Lá, como cá, a mesma fatalidade.
Lá, como cá, a insegurança de querer ser “rainha por um dia”.
Lá, como cá, a serôdia (e caríssima) necessidade de ser reconhecido, de viver acima das suas necessidades.
Por cá, temos a bondade de reincidir na asneira, temos a falta de imaginação de repetir a estafadíssima defesa do “orgulho nacional” para justificar mais "rotundas" com grande "visibilidade".
Que estranhas maladias obrigam nações com História a tão profunda insanidade?

Comentários:
Muito bom.
 
LS !
Nesse aspecto estou de acordo contigo. Há uma mentalidade neste país que se vai propagando lentamente e influenciando negativamente a credibilidade de alguns senhores que nos governam.
Ora estes senhores que nos governam, com as suas atitudes irresponsáveis é que são os principais fomentadores desta mentalidade!
Aparece por cá!
Fico á espera, e um abraço.
António
 
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