2005-09-13

 

ESTÓRIAS ÍNFIMAS (I)

Considerava-se um exímio condutor, sentia-se um rei ao volante, dentro da viatura o mundo era dele, controlando o destino da viagem ao sabor da sua vontade.
Gabava-se da sua falta de orientação. Nunca tinha sido capaz de ler convenientemente um mapa, confiava no seu instinto, seguia tantas vezes pela estrada, sem destino.
As memórias dos tempos maiores ocorriam-lhe com frequência inusitada, dava por si perdido na recordação das corridas, da velocidade, das multidões que o festejavam nas bermas, das comemorações de tantas vitórias. A falta daquela adrenalina desesperava-o.
Ainda há pouco tinha garantido estar parado, tinha assegurado que era desta, chegava de tanta condução. E eis que se acha já na estrada.
Concentra toda a atenção no asfalto, carrega no acelerador, sente já a excitação da velocidade, crescente, exagerada. Segue em frente na estrada que o levará, desta vez, a lado nenhum.

Comentários:
Olhe que leva, Olhe que leva...
 
gosto destas estórias :)
 
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