2005-09-14

 

GRANDES EMPRESÁRIOS

O senhor Ludgero Marques tomou ontem posse como presidente da Associação Empresarial Portuguesa. A cerimónia certamente não constitui novidade para quem a enfrenta pela oitava vez. Num profícuo exercício de renovação, aquele ilustre homem de negócios prepara-se para comemorar 24 anos à frente da associação nortenha.
Em declarações ao Jornal de Negócios, o eterno presidente explicou o mote do seu novo mandato: “Lisboa deve ficar mais pobre para o Norte ficar mais rico”.
Esta frase, diz tudo sobre a forma como o senhor Marques e os seus pares iluminados vêem o mundo. Naturalmente, quando refere “Norte” não está tomado por uma abnegada campanha em prol de todos quantos habitam na região. Não, naquele “Norte” deverá ler-se, “empresários do Norte”.
E como entende o senhor Ludgero que se deverá aumentar o pecúlio (deduz-se que ínfimo) de toda essa classe de desprotegidos e carenciados “empresários do Norte”? Evidentemente, tornando Lisboa mais pobre! Esclarecedor.
No dia da sua tomada de posse, o senhor Ludgero Marques não foi capaz de falar do papel fundamental dos empresários, não foi capaz de falar do que podem e devem fazer, não foi capaz de mostrar a valia dos seus projectos, o brilho da sua capacidade de iniciativa. Nada.
O senhor Ludgero foi apenas capaz de proferir uma indecorosa frase, traduzindo o vazio de ideias criativas, espelhando a falta de competitividade e rasgo, explicando muito da nossa falta de “produtividade”, mostrando, afinal, como são pequeninos estes "grandes empresários".

Comentários:
É um iluminado, este Sr. Ludgero.
Bem merece continuar a ser eleito. Parece que afinal o índice de crise de qualidade ultrapassa a chamada "classe política".
Como diz o Luís, também assim se justificam os atrasos de desenvolvimento. Penso que nem todos os empresários se revejam em tais declarações mas não compreendo como continuam a eleger esta espécie de Jardim para os representar.
Enfim, um desabafo sulista.
 
Para estas presunçosas personalidades, na sua inanidade mental, quase tudo no País se resume a um Porto-Lisboa. Pouco diferem dos energúmenos que vociferam ante as câmaras da TV que só querem ver Lisboa a arder. Pobre País que conta com tantas destas alimárias, algumas até industriais de sucesso...
 
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