2005-09-27

 

LEVANTAR VOO

O investimento na construção do novo aeroporto na Ota, animou (anima) acesas discussões, prevendo-se para breve a publicação dos “estudos” que lhe serviram de base. Enquanto o país aguarda ansioso essa revelação, o senhor Secretário de Estado do Turismo abriu a porta do seu amplo gabinete para permitir a entrada dos jornalistas. Com um gesto profissional indicou o sofá, sentando-se em seguida. Estava animado, a “cacha” que tinha na manga faria dele a vedeta do dia das notícias em que a entrevista fosse publicada. No momento certo, avisou: "até final de Novembro Lisboa vai ter aeroporto para as 'low-cost'"
Ora, a oportunidade desta declaração constitui um mistério. Tratando-se de uma entrevista, não se pode alegar um qualquer “lapsus linguae”, ou uma “citação desenquadrada do contexto”, logo, as afirmações foram intencionais, deduzindo-se que pretendendo atingir um objectivo. Qual?
Sendo verdadeira a intenção do governo de construir (ou adaptar) um aeroporto para as companhias “low-cost” não se compreende por que se escolheu o Secretário de Estado do Turismo para o anunciar, não se compreende, igualmente, a má reacção do Ministro das Obras Públicas quando confrontado com o teor da entrevista. Também resulta incompreensível esta comunicação quando não está elucidada a opção OTA.
Se porventura esta intenção não é verdadeira deverá ser de imediato desmentida, sob pena de acentuar uma imagem de descoordenação.
É bom que o ministro da economia esclareça o alcance das palavras do seu Secretário de Estado a não ser, claro, que se sinta confortável neste desorientado voo.

Comentários:
Caro Ls, gostei desta magnífica tirada final, porque o que sinto é que este país desce em voo picado e vertiginoso.
 
Pergunta inocente : existe Ministro da Economia ? É português, espanhol ou bruxelense ?

Haja em vista as suas recentes declarações, a propósito do chumbo em Bruxelas da pretensão gasista da EDP e a forma servil como mendigou uns restos dos activos da fusão energética em curso em Espanha, bem como o seu receio extremo em ferir a susceptibilidade espanhola, na operação referida, que o Abel Mateus acabou por estilhaçar, ao levar o caso à mesma instãncia que reprovou a ousadia da fusão portuguesa. Com patriotas destes, estamos bem governados...
 
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