2005-09-01

 

NÃO HAVIA NECESSIDADE

Ao longo de todo o dia ouviu-se na TSF a lúcida análise de Mário Soares, explicando com argumentos cristalinos, por que não poderia, nem deveria, candidatar-se de novo à Presidência da República.
Aquelas afirmações persegui-lo-ão ao longo de toda a campanha, assim como a sombra de Manuel Alegre. Soares estará em permanente explicação.
Mário Soares aguardou a “onda de entusiasmo” que pudesse servir de (magra) justificação para uma candidatura que ele próprio tinha esvaziado de conteúdo.
Mário Soares aguardou, mas compreensivelmente a onda não chegou. Não podia chegar.
Ontem, anunciando formalmente a sua candidatura, necessitou informar (com excessivo e enfadonho detalhe) os cargos que ocupou, os livros que escreveu, as actividades que desenvolveu.
Ao contrário do que pretenderá fazer crer, não existe qualquer entusiasmo da sociedade portuguesa em torno da sua candidatura. Ao contrário do que pretenderá fazer crer, a sua candidatura não será de unidade, mas divisão. Ao contrário do que pretenderá fazer crer, não foi obrigado a candidatar-se.
O equívoco que constitui esta candidatura impedirá o seu sucesso. Mário Soares tornar-se-á o grande cicerone da entrada de Cavaco em Belém (e com ele a primeira vitória da direita nas presidenciais).
De todo o discurso sobra talvez o momento mais lúcido, quando referiu ter uma vida tão gratificante que não tinha necessidade de se candidatar. Tem razão, não havia necessidade.

Comentários:
Uma análise certeira!
 
e assim o sr. Soares borrará a pintura que tanto trabalho lhe deu a retocar para ficar bem na História pátria.
 
Temos que votar nele para que o Cavaco em vez de ir para Belém, ir para Boliqueime!
 
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