2005-09-06

 

POLÉMICO E IGUAL A SI PRÓPRIO

O homem garantiu ontem, de novo, destacado espaço no horário nobre das televisões para desenvolver as suas conhecidas diatribes. Mais uma vez o motivo para a sua presença no espaço público é irrelevante. Valentim Loureiro, aproveita todas as oportunidades para exibir um persistente e rude discurso ( “polémico e igual a si próprio” nas patéticas palavras do Diário de Notícias).
Valentim, esteve longos minutos nos telejornais, fazendo uso do seu elegante estilo, abusando do requinte, nos ataques ao líder do seu partido. Nada de novo.
Os partidos alimentam-se e alimentam estas criaturas.
Promovidos como os homens “sem papas na língua” são utilizados como armas de arremesso, atirados para a frente da batalha, é-lhes dada carta branca para desenvolverem o seu “estilo”. Apoiando-se num discurso vazio, inflamado, recheado de bambochatas, de ameaças e promessas impossíveis, estas almas vão ganhando espaço nos meios de comunicação social, ávidos de gritos e cenas de faca e alguidar. Os protagonistas não desmerecem, cumprem com rigor e profissionalismo o seu papel: esbracejam, esticam o dedo, vociferam, garantem espectáculo. “Engrandecidos” pela popularidade, exigem cargos de relevo (na política e no futebol) à altura das suas necessidades e “capacidades”.
Num crescendo que desafia o dilema do ovo e da galinha, aumentam o seu “peso”, tornando-se "conhecidos". Fazem alarde da sua capacidade de “mobilização” garantindo mediáticos e excitantes “banhos de multidão” à passagem do líder partidário do momento pela santa terrinha.
Não se lhes conhece uma ideia, uma obra de relevo, uma capacidade digna de nota. Apenas e só a sua proverbial truculência, boçalidade e inerente “popularidade”.
Todos os principais partidos promovem estes ditosos e úteis artistas. Tornam-se problemas quando crescem demais e pretendem ganhar pista própria. Resolve-se o empecilho, afastando-os, impulsionando uma conveniente renovação, apresentando “novas caras” que farão uso da mesma cartilha, mantendo o nível elevado e culto dos seus antecessores.
Convictamente, ultrapassámos a vergonhosa tradição sul-americana dos coronéis, desenvolvendo um estilo “polémico e igual a nós próprios”.

Comentários:
Esta pitoresca figura, putativa força local, protótipo do cacique à moda do século xix, nunca devia ter sido convidado para entrar no PSD, de que chegou a ser um dos mais destacados dirigentes do Norte. Com tais personagens se desacreditam os Partidos, iludidos com a sua capacidade atractiva de votos em período eleitoral.Depois, têm de arcar com as suas idiossincrasias, até que se vêem obrigados a expulsá-los, com graves danos de credibilidade institucional entretanto acumulados...Oxalá aprendam a lição...no que, sinceramente, não creio.
 
Em qualquer país miniamente civilizado, essa alimária com tiques de ditador de pocilga estaria presa.
 
Pobre país que dá tempo de antena e atenção a uma criatura deste calibre.
 
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