2005-10-20

 

DAS ILUSÕES

No dia de todas as candidaturas, sobra a promessa desconcertante: David Copperfield garante que engravidará uma rapariga sem lhe tocar.
Assim, sem mais delongas, o mágico almejará, pela mão desta improvável concepção, a entrada num território Divino. Fá-lo-á através da sinuosa estrada da manipulação e do espectáculo, no grande jogo da ilusão. Não admira que assim seja. Nestes tempos em que as respostas escasseiam (ou não satisfazem), o apelo, ou a presuntiva convivência, com uma Autoridade maior garante atenções, colhe frutos. Pouco importa se fantástica, pouco importa se irreal, vale sobretudo pelo voo momentâneo, acima da existência e de um quotidiano que não satisfaz. A ilusão encontra no público carente do engodo, sedento da quimera, o seu terreno fértil.
Nada, afinal, que se ignore nos "grupos de reflexão" que apoiam o candidato. Ao longo dos próximos dias continuar-se-á a imaculada construção de um mito salvador, do homem que se dispõe a salvar-nos, partilhando o seu halo celestial.
Haverá, certamente, quem acredite, tal como não faltará quem dê crédito à promessa de Copperfield...

Comentários:
Caro Luis,
aí está como um mágico pode lançar o caos na demografia e o Pânico entre os contabilistas do Estado Social. Quando nos disserem "nada nesta manga", o melhor é não apertarmos apenas o cinto. Quanto à miraculosa construção do mito salvador, bem precisados estamos de não "emprenhar pelos ouvidos". Caso contrário, não há pílula do dia seguinte que nos salve.
Um abraço
 
Bem, Luís, muito bem. Eheheheh
 
"é precisamente este género de mentalidade, que não se define, que não se compromete, que não se assume, que não quer ser nada, que é preocupante."
Penso que este excerto de um post que acabo de ler em outro blogue desta imensa blogosfera, traduz fielmente o que senti ontem ao ouvir tão "badalado" discurso de 8 minutos, que nada mais foi do que um desfiar de palavras vazias e sem conteúdo.
Não sou social-democrata, nunca votei nem votaria Cavaco Silva seja para que cargo fosse, muito menos para Presidente da República.
Lamento sinceramente que a memória do povo português possa ser tão curta ao ponto de sequer "pensar" eleger para tão alto cargo pessoa tão dúbia, insípida até...
Mas eu acredito em Portugal, acredito que tal não virá a acontecer... afinal, todo este burburinho à volta de tão mediática figura justificava-se, creio eu, exactamente pelo "estudado" silêncio do visado. Agora que o quebrou, as suas palavras ofuscar-lhe-ão o brilho... é apenas uma questão de tempo...
Cumprimentos Luís, muito bom post. Deixo o convite para que visite o «Liblog» - http://planetamercuryii.blogs.sapo.pt
 
este blog é genial...mto bom mesmo... vim apartir da minha amiga Lyra. Posso colocar nos meus links?

gosto da forma como está escrito.

entre os meus mais diversos blogs o que está no link é o mais recente, sobre os media.

entretanto a amiga Lyra já postou também por outro lado:

www.imprensacritica.blogspot.com
 
Abomino homens providenciais... aquele discurso dá-me volta à barriga!
 
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