2005-10-26

 

EQUÍVOCO

Mário Soares decidiu apresentar ontem o seu “manifesto”. Na sala do Ritz, pretendeu “comunicar” aos portugueses as suas ideias.
Aparentemente, Soares sabe que os portugueses o conhecem, isso basta-lhe para se sentir confortável na justificação de que o aviso “basta” deixou de ter efeito “porque as circunstâncias mudaram, os desafios – numa União Europeia à deriva e sem rumo seguro – tornaram-se mais perigosos” o que, convenhamos, não é explicação suficiente e não altera a sua lúcida análise, há um ano apenas, quando justificou com argumentos cristalinos, por que não poderia, nem deveria, candidatar-se de novo à Presidência da República.
Aparentemente, Soares sabe que os portugueses o conhecem, isso basta-lhe para apresentar duas razões (fortes, no seu entender) para a candidatura: deseja ser “ouvidor” dos seus compatriotas e, sobretudo, deseja que eles (nós todos) durmam descansados. Ora, todos aqueles que anseiam um ombro amigo para desabafar e que estimam uma noite bem dormida, ficar-lhe-ão gratos e mesmo sensibilizados com a ternura. Sucede, contudo, que estas pretensões benfazejas soam escassas como razões para uma campanha presidencial.
Soares esforçou-se, procurou justificar o injustificável, julgou ter encontrado uma forma de "relançar" a sua campanha tentando captar o entusiasmo do país (que manifestamente não encontra razões suficientes para tal). Todavia, estes exercícios imaginativos e vácuos, não conseguem anular a terrível sensação de equívoco que esta candidatura suscita.

P.S. Muito deselegante a notícia (comentário?) “Confusões do candidato”, publicada no jornal “Público”. A recolha dos lapsos ou esquecimentos de Mário Soares (aliás, perfeitamente normais) e a interpretação que os jornalistas lhe dão, pretende apenas diminuir Soares pela sua idade. Lamentável.

Comentários:
Tudo parece deslocado nesta derradeira (?) candidatura de Soares. Até as piadas e as anedotas são velhas. E, note-se, não critico Soares pela idade. Tomara eu lá chegar, com aquela genica, apesar dos lapsos, que até não foram muitos, nem significativos.Mas que mais quer este homem demonstrar? Porque continua a faltar à palavra dada ? Porque não escreve as suas Memórias Políticas, como, de resto, nos havia prometido ? Custa ver tanto narcisismo reunido numa personalidade tão contraditória, a quem o País já deu tudo o que lhe poderia dar, porventura mais do que ele merecia. Que fará, então, correr Soares, para além do seu desmedido narcisismo ?
 
Permito-me responder a António Viriato.
Presumo que duas coisas fazem correr Soares
A) o seu incomensurável narcisismo, o seu ego monstro. Ele só está bem sob os holofotes e com os outros a prestarem-lhe alguma vassalagem.
B) O facto do filho ser um falhado político. Se João Soares fosse alguém, Mário Soares conformar-se-ia pq sempre estavam lá os seus genes. Com o filho que tem...
 
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