2005-10-12

 

TEORIA DOS JOGOS

Permitam que saia um pouco do registo habitual. Faço-o para celebrar a atribuição do prémio Nobel da Economia a Aumann e Schellin, mas sobretudo a distinção a um corpo teórico fundamental: a teoria dos jogos.
Suporte para o meu trabalho de investigação, aprendi a apreciar o seu alcance e beleza (há, claramente, beleza na combinação da matemática e da economia). Deixo aqui uma das suas estimulantes aplicações: o dilema do prisioneiro.

Dois indivíduos suspeitos de terem cometido um crime são presos e colocados em celas separadas. Os jogadores têm duas opções: colaborar e confiar um no outro não denunciando, ou agir oportunisticamente e denunciar o outro jogador. Se os dois jogadores cooperarem e confiarem serão condenados a um ano de prisão. O total combinado das penas (dois anos) demonstra que a cooperação representará a melhor combinação para o conjunto de ambas as partes. Se um jogador age oportunisticamente e o outro coopera, o primeiro é libertado enquanto o segundo recebe uma pena de prisão de quinze anos, sendo que o jogador que optou pela cooperação é assim fortemente penalizado. Quando ambos os jogadores agem oportunisticamente são condenados a cinco anos de cárcere.

Um acto cooperativo, ou a reputação de possuir capacidade de cooperação, poderá ser replicado com cooperação, tal como postulado pela estratégia “Tit-For-Tat” do dilema do prisioneiro repetido: cada jogador responderá da mesma maneira (boa ou má) à jogada do outro. Esta estratégia foi originada pelo pedido que Axelrod efectuou a diversos especialistas (de várias áreas) para desenvolver um programa de computador que apresentasse o melhor desempenho no dilema do prisioneiro, o vencedor foi Anatol Rapoport que apresentou “Tit-For-Tat”. Nesta estratégia, um jogador começa por cooperar com o outro jogador e subsequentemente responde simetricamente às jogadas estratégicas do outro (ou seja, cooperativamente a uma jogada cooperativa e competitivamente a uma jogada competitiva).

P.S. - Eis uma teoria que se aplica no nosso dia-a-dia, na política, na Economia.

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