2005-11-09

 

ÀS DIREITAS

No intervalo das suas prelecções e conselhos para resolver os problemas franceses, o senhor Nuno Melo garantiu que “o CDS é um partido eminentemente parlamentar”. A frase, ainda que gongórica, não esconde a sua verdadeira pretensão: fazer ver ao bondoso senhor Ribeiro e Castro que a sua vitória de Pirro conta pouco num partido dominado (domado?) pela inexorável presença de Paulo Portas.
Assoberbado com várias frentes de batalha interna, o líder do CDS agarrou-se com mãos ambas ao Orçamento de Estado, assumindo, orgulhoso, o papel de liderança da oposição, simplesmente por que nunca terá hesitado em assumir a votação contra.
Nada de especialmente relevante, dir-se-ia tendo em conta os previsíveis jogos florais num pequeno partido em convulsão interna.
Todavia, estas afirmações ganham relevo e destaque em justaposição à inenarrável posição titubeante do PSD, que num primeiro momento elogiou o Orçamento, ensaiando a sua aprovação, para agora vir anunciar que, bem vistas as coisas, talvez fosse melhor votar contra. Ignora-se, e o PSD não explica, o que originou esta reviravolta: ou os elogios anteriores foram fruto da falta de estudo (o que traduz ligeireza e ingenuidade), ou a decisão de votar contra baseia-se somente em calculismos políticos (o que é grave).
Com esta atitude o PSD perdeu uma oportunidade de se afirmar como partido com sentido de Estado (que lhe facultaria um capital importante para outras lutas), mas também ofereceu generosa e inexplicavelmente um balão de oxigénio ao presidente do CDS.
É a política às direitas.

Comentários:
Novidade!!!!!!!!!!!!!!!
O PCP vota contra!

O economista Jerónimo de Sousa não vota orçamentos que beneficiem o grande capital!!!
 
Há já alguns anos fui alvo de uma tentativa de aliciamento por parte de um partido político.
Não foi preciso mais do que meia hora de conversa para chegarmos à conclusão de que eramos de facto incompatíveis (eu e o representante da outra parte)porque eu entendia que era politicamente correcto apoiar medidas positivas mesmo que vindas dos lados do opositor!
O meu interlocutor atingiu o seu objectivo sem a minha contribuição, o que prova(?) que é ele que estava certo!
Será que um dia tudo isto poderá ser diferente?
 
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