2006-01-07

 

CANDIDATO TABU

Cavaco Silva parece ter sentido necessidade de sugerir que também lê livros. Ontem na bizarra “conversa informal” que aceitou representar na SIC (ver comentário de Luís Novaes Tito) e na entrevista à revista Visão, não se esqueceu de referir, sublinhar, os livros que lê, explicando que sente uma atracção pelas biografias, livros históricos e policiais.
A questão não é tanto as referências forçadas às leituras (para contrariar as criticas de homem pouco dado aos livros), ou sequer a sua cansativa repetição de que é um homem divertido (para umas pinceladas de homem comum no mito), mas antes a grotesca encenação, tudo milimétricamente orquestrado na contrução artificial de uma imagem.
Toda a sua campanha é alicerçada nestas brumas em que se teima inserir o candidato, desenvolvendo com deleite o jogo dos contrários: tendo preparado com óbvia antecedência a sua candidatura, adiou prolongadamente o seu lançamento explicando-o por fim com um inverosímil “imperativo” justificado pelo momento de “crise nacional”; candidato oficial do PSD e CDS posicionou-se pudicamente como “independente”, dispensando os serviços dos líderes dos partidos que o apoiam; candidatando-se pelo gosto genuíno da intervenção política, afirma à exaustão não “ser um político profissional”; almejando o cargo de Presidente da República, promete o impossível.
Em rigor trata-se de um candidato mistério, desempenhando com óbvio profissionalismo o papel do imenso tabu em que o próprio se transformou.

Comentários:
Mesmo tomando por bom que se trate de um homem excepcionalmente qualificado na área económica e financeira, não parece merecer grande contestação o juízo de que são muito limitadas as suas aptidões noutras áreas do saber e nem lhe são reconhecidos razoáveis dotes de oratória, poder de dissuasão ou capacidade de diálogo; não é sequer um bom conversador!
Mas isso é importante?!
Pois, se calhar, é!!!
Com que trunfos contaria Cavaco Silva quando não conseguisse fazer valer os seus argumentos na área económica e financeira?
Não; eu não vejo que um professor de economia sério, sisudo e cinzento possa ser um bom Presidente da República!
Mesmo que seja de inexcedível competência, o que há dez anos ficou por provar!
 
Independentemente da capacidade política do tipo. Um homem doutorado em Economia, creio q já teve de ler livros suficientes para duas vidas... (Com excepção de louça, ytodos os outros candidatos são meros licenciados)
 
Ele até é doutorado em Economia, mas não se esqueçam que este doutoramento foi tirado naquela Universidade com graus académicos á medida para doutorandos do Terceiro Mundo, paises africanos e afins.

Estes doutoramentos são considerados mais "fáceis" destinados a pessoas com menos aptidões intelectuais!
 
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