2006-01-23

 

O QUE FICA DA CANDIDATURA DE ALEGRE (I)

No rescaldo das eleições parece sobressair uma esotérica dúvida sobre o “mistério” que terá justificado mais de um milhão de votos em Manuel Alegre.
Ora, este movimento provou simplesmente que existem muitos cidadãos interessados na política e no futuro do seu país, que não se revêem nos partidos tal como existem actualmente. Ao contrário do que muitos repetiram, esta genuína entrega de tantos em torno de um projecto político, não foi feita contra os partidos e muito menos contra a política e os políticos, podendo antes constituir uma revitalização da política. Na verdade, esta mobilização justifica que os partidos reflictam no caminho que estão a trilhar e na multidão que estão a deixar para trás (ou a não conquistar).
Talvez se observe neste movimento outras notas significativas: talvez possamos ter acordado, talvez possamos ter compreendido o valor da intervenção cívica, talvez possamos perceber que a cidadania faz-se pela participação e não pela abstenção (nas associações de pais das escolas dos nossos filhos que tantas vezes ignoramos, nas associações que não criamos ou não apoiamos, nas petições que não fazemos, na defesa dos interesses colectivos que não efectuamos).
Afinal, uma sociedade civil forte é feita destes pequenos nadas. Afinal, uma sociedade civil forte é a expressão maior da política.
(continua)

Comentários:
talvez se alegre nao tivesse 30 anos de partido os resultados fossem ainda melhores...
 
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