2006-02-08

 

O COMUNICADO

A propósito deste inqualificável “comunicado”, o Ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou: «se há pessoas que têm dúvidas sobre se eu condeno a violência ou não é uma questão que até me faz rir, porque é óbvio que sempre o fiz e sempre o farei».
Ora, estas extraordinárias declarações parecem configurar uma preocupante confusão entre a pessoa e o cargo.
Se o senhor Freitas do Amaral condena a violência, sempre o fez e promete que sempre o fará, tal constitui um comportamento do foro privado. Por certo, o senhor Freitas do Amaral não pretende que a bondade das suas atitudes transpareça como que por osmose nos documentos oficiais do Ministério que dirige. E a verdade é que o comunicado oficial que exarou, pura e simplesmente não condenou a violência, limitando-se a uma patética e desnecessária declaração.
Freitas admitiu também ter optado pela recatada via diplomática para apoiar o governo dinamarquês, o que contrasta com o estrondo público que escolheu como forma instrutiva de explicar aos ignaros «aquele aspecto que tem sido mais esquecido a propósito desta questão: a necessidade de compreender o que é a civilização muçulmana».
Pouco recomendável.

Comentários:
penso que o MNE terá tentado uma declaração diplomática, politicamente correcta do ponto de vista muçulmano... mas esqueceu-se, talvez, que não se pode estar com deus e o diabo. que, por vezes, é bom escolher um lado da barricada.
 
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